Janeiro Branco: a perda auditiva pode afetar a saúde mental?

Capa de Janeiro Branco: a perda auditiva pode afetar a saúde mental?

Nos últimos anos o tema “Saúde Mental” ganhou mais visibilidade e atenção. Diversas são as consequências de uma saúde mental fragilizada e que pode ter diversas causas, como excesso de trabalho, relacionamentos abusivos, traumas e, inclusive, perda auditiva. Como uma forma de conscientizar sobre esse assunto, a campanha do Janeiro Branco busca reforçar os cuidados com a saúde mental que, no âmbito da audição, tem causas e tratamentos específicos.

“Um ponto crucial em uma perda auditiva não tratada e que muitos não sabem é como ela pode desencadear doenças mentais como demência, ansiedade e depressão”, afirma Clarissa Costa, fonoaudióloga da Ouvir Bem.

Ainda segundo a doutora, isso ocorre porque, com a perda auditiva, a pessoa deixa de receber estímulos auditivos e encontra dificuldade em se comunicar com outras pessoas, o que pode levar à frustração e isolamento, evoluindo para transtornos mentais mais graves que podem evoluir para episódios de raiva e, inclusive, tentativas de suicídio. Infelizmente, a saúde mental é vista, muitas vezes, com descaso e quem sofre com os problemas tende a não procurar ajuda por vergonha ou preconceito.

A prevenção sempre é o primeiro passo, mas para quem já sofre com algum grau de surdez, procurar o auxílio de um profissional é imprescindível. “O uso de aparelhos auditivos pode vir a ser uma solução para o paciente recuperar a habilidade de conviver com as pessoas à sua volta, mas, para quem já sofre com algum transtorno mental, alinhar o tratamento da perda auditiva com tratamento psicológico ou psiquiátrico é essencial para que ele recupere uma boa qualidade de vida”, conclui a especialista.